Defensoria Pública inicia curso sobre ressignificação de masculinidades
A Defensoria Pública de Minas Gerais, por meio da sua Escola Superior (Esdep), iniciou na manhã desta segunda-feira (5/5), o curso de formação em “Metodologias de Ressignificação de Masculinidades. Com o objetivo de capacitar agentes que atuam diretamente com grupos de homens envolvidos em contextos de violência doméstica, a iniciativa reforça o compromisso da instituição com a promoção da justiça, da cultura de paz e da transformação social por meio da educação.
A formação conta com participação de defensoras e defensores públicos de Minas Gerais e de outros estados, além de integrantes da equipe multidisciplinar da DPMG, como psicólogos, assistentes sociais e assessores. Também integram o público-alvo funcionários do Núcleo de Defesa da Mulher da Defensoria Especializada da Mulher e profissionais que atuam na defesa de homens acusados de violência contra a mulher. Servidores de outras instituições do sistema de justiça, como o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, também participam do curso.
As aulas serão ministradas de forma híbrida: a maioria dos encontros será virtual, realizados pela plataforma Microsoft Teams, nos dias 7, 9, 12, 13, 14, 19 e 21 de maio, sempre das 8h30 às 10h30. O encerramento será com aula presencial no dia 22 de maio, das 8h às 17h, na sala da Esdep, na Unidade II da DPMG, em Belo Horizonte (Rua Bernardo Guimarães, 2.731 – Santo Agostinho).
O curso é conduzido pelo educador, presidente do Instituto Shanti Brasil, de promoção de Cultura de Paz e Não-Violência e pós graduado em Cultura de Paz e Não-Violência pela universidade Gujarat Vidyapith-Ahmedabad (Índia), Leandro Uchoas.
Segundo a defensora pública e coordenadora estadual dos Centros de Conciliação e Mediação da DPMG, Paula Regina Fonte Boa Pinto, a proposta do curso está ancorada na ideia de promover uma transformação na forma como os homens compreendem e vivenciam sua masculinidade. “É um curso oferecido pelo Instituto Shanti Brasil. O diretor, professor Leandro Scholas, é o facilitador do curso. Trata-se de um instituto premiado pela promoção da cultura de paz na abordagem de conflitos relacionados à violência de gênero. Um instituto que já trabalha com essa temática há muito tempo e que já capacitou tribunais e outras instituições do sistema de justiça, acumulando experiência na aplicação dessas metodologias”, explicou Paula.
Ela reforça que o curso pretende ir além do conhecimento técnico, propondo uma reflexão profunda sobre os papéis de gênero e as formas de relacionamento. “Com este curso, pretendemos trabalhar com grupos de homens envolvidos em contextos de violência doméstica. A proposta é ressignificar as masculinidades, buscando fazer com que o homem, envolvido nesse contexto, possa enxergar a masculinidade de outra forma. Refletir sobre como ele lida com o outro gênero e como encara a masculinidade no mundo de hoje — na própria vida dele. Como essa masculinidade vem se apresentando? Quais estratégias ele tem utilizado para alcançar seus objetivos e se relacionar?”, detalhou. Ao final, a defensora ressalta o compromisso da iniciativa com a transformação social: “A ideia é rever tudo isso e buscar formas mais saudáveis de se relacionar com o outro, evitando a reprodução de violências. Nosso objetivo é gerar uma reflexão profunda sobre a forma como esse homem compreende e vivencia a masculinidade.”