
As defensoras públicas Francis Coutinho e Carolina Loureiro, o professor Rodrigo da Cunha Pereira; os defensores públicos Rômulo Veloso e Diego Francisquini; e a chefe de Gabinete, Raquel Gomes de Sousa
O diretor da Esdep, Rômulo Luis Veloso de Carvalho abriu o evento destacando que o debate era mais um “encontro promovido pela Escola Superior com o objetivo de promover a capacitação dos defensores públicos, estagiários e servidores”.
A chefe de Gabinete, Raquel Gomes de Sousa da Costa Dias, representou o defensor público-geral, Gério Patrocínio Soares. Em sua fala destacou que a Defensoria Pública responde por 90% dos processos judiciais na área da Família e que dos 700 atendimentos diários na sede, 70% são nesta área. Segundo a defensora pública, “a Defensoria Pública entende que a judicialização não é o melhor caminho para resolver as demandas dos assistidos e por isso criou o Centro de Mediação e promove métodos extrajudiciais de solução de conflitos”.

O professor Rodrigo da Cunha Pereira
Em sua palestra o presidente do IBDFAM, Rodrigo da Cunha Pereira, fez uma incursão pela psicanálise para ressaltar a importância e a necessidade de métodos alternativos para a mediação, como a constelação familiar e outras técnicas. Para ele “a tendência é que a solução de conflitos seja cada vez mais pela via extrajudicial em razão da situação complicada vivida pelo Judiciário, que não dá resposta efetiva às demandas”.
Destacou a importância da escuta no atendimento aos assistidos “como instrumento fundamental para basear o processo tendo em vista os padrões psicológicos apresentados, as questões internas e a necessidade de amor demonstrada por eles, traduzidas nos direitos que buscam”.
Rodrigo da Cunha Pereira realçou o papel da Defensoria Pública e sua responsabilidade social no contexto sócio jurídico em razão de seu crescimento e evolução no tempo, tornando-se agente importante na micropolítica.
Para a defensora pública Francis Coutinho “a palestra trouxe mais uma contribuição ao universo de saberes do Direito, ampliando, ainda mais, as suas fronteiras com a busca da interdisciplinaridade através do apoio da psicologia. Esta visão mais completa do assistido enquanto sujeito com sentimentos, desejos e necessidades e detentor de discurso auxilia melhor o trabalho do defensor público para compreensão do universo das partes e seus conflitos”, destacou. “Precisamos de instrumentos que favoreçam a solução de conflitos, como a mediação, a partir de um amplo olhar, fora do Judiciário e de forma a compreender o Direito a partir da visão das partes. O defensor público é agente de inclusão social e de escuta, trabalha com as necessidades, esperanças, anseios e conflitos dos assistidos e deve estar preparado para cumprir este papel”, ressaltou.
O defensor público Diego Francisquini disse que as soluções extrajudiciais são um instrumento importante para desafogar o Judiciário. “O desafio é a implementação destes métodos alternativos de forma mais ampla e efetiva e o debate trouxe questões importantes para reflexão sobre o tema”, frisou.

Debate reuniu defensores públicos, estagiários e servidores no auditório da DPMG