Defensoria Pública promove formatura da quinta turma da Escola de Convivência Familiar. Inscrições estão abertas para a próxima formação
A Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG), por meio da sua Escola Superior (Esdep), promoveu na manhã desta terça-feira (20/5) a formatura da quinta edição da “Escola de Convivência Familiar”. A entrega dos certificados para 22 formandas e formandos foi realizada na sala de aula da Escola Superior, localizada na Unidade II da DPMG em Belo Horizonte, no bairro Santo Agostinho.
Destinada a familiares e responsáveis por crianças e adolescentes em situação de acolhimento institucional, a formação promovida pela DPMG combinou abordagens teóricas e práticas. Ao longo do curso, foram disponibilizados conteúdos e instrumentos que contribuem para que essas famílias se tornem mais protetoras e fundamentais para a reintegração dos filhos ao ambiente familiar. Nos últimos três meses, foram realizados 14 encontros.
Aplicação no dia a dia
A formanda Elaine Cabral Marcondes, psicóloga da Casa Esperança IV, ressaltou o impacto positivo da formação tanto em sua atuação profissional quanto em sua vivência pessoal. “A experiência foi excelente. Não apenas para aplicação direta no nosso trabalho, mas também como vivência pessoal. É uma experiência muito válida, que recomendo fortemente. Maravilhosa”, disse.
Elaine destacou, ainda, que os temas tratados nos encontros favoreceram reflexões e fortaleceram habilidades emocionais e relacionais. “Todos os temas abordados me tocaram de forma significativa, especialmente no que diz respeito a lidar com as nossas próprias emoções e exercitar a empatia, colocando-se no lugar do outro. Todos os encontros foram muito enriquecedores, mas destaco, em especial, o módulo sobre comunicação não violenta. Foi extremamente relevante”.
Por fim, a psicóloga ressaltou a importância da formação não apenas para os profissionais envolvidos com o acolhimento institucional, mas para toda a rede de cuidado que envolve crianças e adolescentes.
“Os conteúdos abordados são importantes não só para as unidades de acolhimento, mas também, e principalmente, para as famílias dos acolhidos e para as próprias crianças, que também participam, de alguma forma, desse processo. São temas fundamentais para todos nós, enquanto sociedade, enquanto Estado e enquanto família”, finalizou.

José Maurício Cardoso de Jesus, um dos participantes da quinta edição da Escola de Convivência Familiar, relatou que o curso teve um impacto direto em sua vida pessoal, especialmente na forma como se relaciona dentro de casa.

Encontros proveitosos
“Foi maravilhoso participar da Escola. Aprendi muita coisa, principalmente que pude levar para dentro de casa. Antes, eu chegava em casa e acabava brigando com minha esposa. Aqui, aprendi a respeitá-la. Gostei demais, foi muito aprendizado. Muito proveitoso mesmo”, relatou José Maurício.
“Uma palestra que me marcou foi a do delegado. Ele falou sobre comportamentos machistas e sobre situações de abuso contra crianças. Achei muito importante e esclarecedora.”, disse. “Inclusive, motivei minha esposa a participar também. Ela já se inscreveu e está caminhando na formação. Falei com meus vizinhos também, recomendei que venham fazer o curso, porque é algo muito importante”, finalizou José Maurício.
Andreia da Costa Brum, assistente social da Escola de Convivência Familiar, acompanhou de perto a trajetória da quinta turma e destacou o alcance crescente da iniciativa, especialmente junto às unidades de acolhimento.
Mudanças reais
“Ficamos muito felizes porque percebemos que a Escola de Convivência tem chegado a muito mais lares. Muitas unidades de acolhimento têm compreendido melhor o nosso trabalho, e isso nos deixa extremamente satisfeitos. Acredito que essa foi uma das maiores turmas que já tivemos. Tivemos a primeira turma, claro, mas essa, em especial, se destacou pelo número de participantes. Isso nos alegra muito”, ressaltou Andreia.
“Temos pessoas participando desde o início de 2023, desde a primeira turma. São participantes que criaram vínculo com a Escola, com a equipe técnica, e isso é muito significativo para nós. A gente percebe mudanças reais nessas pessoas perceptíveis no comportamento e nas atitudes. Esperamos sinceramente que elas levem esse aprendizado adiante, propagando esse conhecimento em suas comunidades.”
Sobre os conteúdos abordados, Andreia enfatizou que a Escola é um espaço de troca e construção coletiva de saberes, com temas fundamentais para a proteção da infância.
“A nossa proposta na Escola é muito importante. Nós não apenas ensinamos, também aprendemos muito com cada um que passa por aqui. Os facilitadores que atuam conosco trazem suas experiências e expertises, o que enriquece bastante o processo formativo. Trabalhamos temas como mediação de conflitos, formas de diálogo com as crianças, a importância do brincar, além de questões relacionadas à violação de direitos de crianças e adolescentes. São assuntos fundamentais, que inclusive poderiam ser estendidos a outras instituições.”

Andreia Brum finalizou destacando que as inscrições permanecem abertas, permitindo que novas famílias ingressem na formação a qualquer momento.
“Por fim, as inscrições para a Escola de Convivência Familiar permanecem abertas no site da Defensoria Pública. Quem entra no meio do curso pode continuar participando normalmente. Embora não receba o certificado nessa turma, poderá complementar a carga horária na próxima edição e, assim, ser devidamente certificado.”
A próxima turma da Escola de Convivência terá início na próxima terça-feira (27/5), a partir das 8h30, na sala de aula da Escola Superior, localizada na Unidade II da DPMG em Belo Horizonte (Rua Bernardo Guimarães, 2.731, bairro Santo Agostinho).
Espaço de brincadeiras e acolhimento
Um espaço especial foi preparado para receber as crianças presentes nos encontros da capacitação. Representantes do Museu dos Brinquedos trouxeram ações educativas para as pequenas e os pequenos, com brincadeiras e outras atividades lúdicas. A iniciativa foi formalizada por meio de um acordo de cooperação técnica entre a DPMG e o Instituto Cultural Luiza de Azevedo Meyer.
Mateus Felipe – Jornalista/Esdep.