Defensoria Pública forma a primeira turma da Escola de Masculinidades com diálogo sobre questões de gênero
A Defensoria Pública de Minas Gerais, por meio de sua Escola Superior (Esdep), realizou nesta quinta-feira (04/12) a formatura da primeira turma da Escola de Masculinidades, iniciativa pioneira destinada a homens interessados em ressignificar comportamentos e fortalecer relações mais saudáveis. Ao todo, 13 participantes concluíram a formação após encontros semanais ocorridos entre setembro e novembro.
A responsável pelas atividades, Coordenadora Estadual dos Centros de Conciliação e Mediação da DPMG, defensora pública Paula Regina Fonte Boa Pinto, avalia que a primeira turma cumpriu sua finalidade ao proporcionar um espaço seguro de diálogo e transformação de trajetórias. Ela destaca que os conteúdos permitiram aos participantes analisar e repensar comportamentos e compreender como os padrões culturais podem ensejar violências.
Segundo a defensora, a formação do grupo demonstrou o potencial da iniciativa: “Um espaço de transformação foi oferecido, com certeza. E os homens saem daqui com uma caixinha de ferramentas para mudar suas relações para melhor, principalmente com as mulheres”.

O projeto tem como objetivo promover as práticas restaurativas e romper os ciclos de violência — Fotos: Jenifer Costa
O curso faz parte das ações institucionais voltadas à promoção de práticas restaurativas, fortalecimento da convivência familiar e ruptura de ciclos de violência. A proposta contemplou módulos sobre comunicação não-violenta, parentalidade, convivência familiar, entendimento sobre violência e suas consequências, entre outros temas que contribuíram para ampliar a reflexão crítica dos participantes.
Percepções e resultados
Os formandos também compartilharam suas impressões sobre a Escola de Masculinidades. Para Haroldo Araujo, a formação reafirmou valores que ele já buscava praticar, apesar de enfrentar críticas por parte de outros homens sobre seu comportamento. Participar da turma, segundo ele, trouxe um sentimento de validação: “Ao longo da vida, ouvi que eu era errado por não ser mais duro. Só agora aos 64 anos eu tive a certeza de que acertei. Aqui, entendi que o respeito que sempre tive pelas mulheres estava no caminho certo”.

Já Fabiano Alves destacou que o curso permitiu revisitar vivências familiares marcadas pela violência doméstica e compreender de forma mais ampla esse problema. Ele relatou que, ao longo dos encontros, conseguiu compartilhar experiências, além de reconhecer seu papel na construção de relações mais saudáveis. “Foi uma chance começar de novo. Uma oportunidade de ser um homem melhor diante da sociedade. Saber enxergar o contexto social que a gente vive e poder fazer a diferença”.

Fabiano Alves
Durante a formatura, o grupo destacou a importância de reconhecer atitudes, rever comportamentos e agir de maneira mais consciente no âmbito familiar e social.

Formandos da primeira edição do curso Escola de Masculinidades
A II Edição da Escola de Masculinidades já está com inscrições abertas, com início da nova turma marcado para o dia 26 de fevereiro de 2026.
Jenifer Costa — Estagiária sob supervisão da ASCOM/DPMG